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Saí do Brasil e não declarei saída definitiva: como regularizar e evitar problemas fiscais

Por Flávia Perim

10/08/2025

Saí do Brasil e não declarei saída definitiva: como regularizar e evitar problemas fiscais

Você saiu do Brasil para morar no exterior e nunca fez a Declaração de Saída Definitiva?

Pois é… isso pode trazer dores de cabeça fiscais e até resultar em tributação dupla sobre sua renda.

Muita gente não sabe, mas a saída definitiva é obrigatória para informar à Receita Federal que você deixou de ser residente fiscal no Brasil.

Sem esse procedimento, o fisco pode entender que você continua obrigado a pagar impostos sobre rendimentos recebidos no exterior.

O que pode acontecer se você não regularizar?

Veja se isso soa familiar: você mudou de país, mantém seu CPF ativo, mas nunca comunicou formalmente à Receita Federal a sua saída.

Nesse caso, o governo brasileiro pode considerar que você ainda é residente fiscal no Brasil, o que significa:

  • Imposto de Renda sobre rendimentos no exterior.
  • Multas por atraso na entrega de declarações obrigatórias.
  • Pendências no CPF que podem bloquear transações no Brasil.
  • Dificuldade para justificar transferências de recursos entre países.

E aqui vai um alerta importante:

No Relatório de Fiscalização de 2025, onde a Receita Federal detalha os principais alvos de sua autuação para o próximo ano, foi destacado que, com base em dados obtidos pelo intercâmbio automático de informações financeiras (via CRS e FATCA), a Receita já identificou contribuintes brasileiros que não declararam contas e investimentos no exterior.

Ou seja, as autoridades brasileiras já recebem informações diretamente de bancos estrangeiros, e cruzam esses dados com o que consta (ou não consta) na sua declaração.

Declaração de Saída Definitiva: Ainda dá tempo de corrigir?

A boa notícia é: sim, existe caminho para regularizar. No entanto, quanto antes você agir, melhor.

O processo normalmente envolve:

  1. Entregar a Declaração de Saída Definitiva do País no sistema da Receita Federal, mesmo fora do prazo.
  2. Ajustar declarações anteriores de Imposto de Renda.
  3. Informar oficialmente eventuais fontes pagadoras no Brasil.
  4. Avaliar se houve tributação indevida e, quando possível, pedir restituição.
  5. Atualizar seu CPF para evitar restrições.

E por que fazer isso agora?

A Receita Federal está cada vez mais integrada a sistemas internacionais, praticando acordos internacionais de troca automática de informações financeiras.

Isso significa que movimentações no exterior podem ser identificadas e cruzadas com sua situação fiscal no Brasil.

Se você está nessa situação, não espere a Receita Federal bater à porta. Regularizar a saída definitiva é proteger seu patrimônio, evitar a bitributação e ter tranquilidade para viver no exterior.

Conte com a equipe do PFMP Advogados para aprofundar seu entendimento sobre este tema e avaliar como ele pode se aplicar ao seu caso.